Que minha loucura tenha o brilho diagonal do sol ao entardecer
Aja com inocência e exale sutilmente a indecência
O tempo descontrolado, deixo passar
Entre meus medos; sobre minha carência
Pelo sabor do meu gosto
Pela sede da água de cascata
Estejam sempre em alerta as verdades
Assim feito chuva em fim de tarde
Limpando o céu de carbono para dar cena ao por-do-sol
Continuarei insistindo nesses raios para resistir à mim
Aquecendo a alma e torrando a inquietude da mente
Oh, abstração...
Entorpecida pelo ar puro que vem da mata molhada
Faz com que meus dias incertos sejam voltados ao ser
Existir, viver e insistir, não só na matéria
Com fome de mim... sem muita eloquência
Talvez seja esse discurso destrambelhado
Os degraus do arranha-céu da existência.
Raquel García.