terça-feira, abril 23

Fragmento da liberdade


Páginas brancas, amareladas e manchadas
Perfuminho de Sebo, embalagem do novo
Letras em suas variáveis formas me interessam.
Faço orelhas e marco os movimentos das páginas
Cotidianamente faz  companhia 
Para a solidão de uma paulista
É romance, narrativa, crônica, ficção científica
Do prefácio aos agradecimentos
Sacoleja minha minha mente
Abarrota a existência, borbulha, transfigura;
Fazendo de mim, um ser liberto e in(can)descente!


Raquel García.

sexta-feira, abril 19

Somos todos ameríndios

Os efeitos da colonização 
Ainda é uma ferida aberta
Sepultaram os donos da terra
E hoje, seus descendentes penam
Sobre a rotação do capital
Vivenciam o genocídio em massa
Onde suas etnias se liquidificam


Homens ditos civilizados
Carregam a desumanidade e a cruz
Silenciando o canto da terra
Mas para aqueles que sobrevivem
Passa-se de geração a geração
o protesto e a reinvidicação

São os índios, os verdadeiros donos do Brasil
Marcaram em mim a ascendência ameríndia
O grito que não deve ser banido
Nós estamos contra a força armada
Contra o poder público ilegal
Pois somos Xingu, Kaiowá,
Xerente, Munduruku, Tubinambá...


Raquel García.

terça-feira, abril 9

Translação

Sobre a linha que se põe
E a linha que nasce
Em movimento de translação
Hora beijo em sol
Hora estalo os lábios em lua
no céu, na tua
entre o fechar do olhos,
na boca sua!
Além do espaço
Cá me encontro
Na inquietude horizontal
dos corpos sem gravidade

que sucumbem o desejo dimensional

Raquel García.