quinta-feira, fevereiro 13

Quente se faz ardente

Tão quente quanto às últimas temperaturas solar.
Com os pelos eriçados, escorre suas gotas sobre o contorno do rosto que leva o gosto do sal à boca.
Num passar de língua, molha seus dedos – indicador e anelar, para tocar lá.
Dança para si, na solitude proposital.
Seu pequeno espaço é tomado pelo perfume cítrico, rosado e íntimo, que se expande pelos quatro cantos, enquanto de quatro faz encantos.
Gosta daquilo que a reflete... Distorce.
Observando sua sombra reproduzida na parede imunda, ao se movimentar.
Um tanto Xângo quanto Oxum.

Raquel García.

Caminhos

Vejo Estrelas
sob um céu limpo
diferente do cinza
do meu município


A lua brilhante
protagoniza
esse espaço infinito


Na estrada,
as coisas ganham
novos sentidos.

Raquel García.

segunda-feira, fevereiro 3

Canção do excluído

Minha terra tem fronteiras
Onde nos transformam em marginais
As pessoas, que aqui, agrilhoam
Não agrilhoam como lá

Nosso peito anseia
Nossas praças carregam tremores
Nossos quintais têm menos vidas
Nossa vida mais rancores

Em, cisma, sozinho à noite,
Mais andarilhos encontro lá
Minha terra dilacera
Onde ouço PÁ - PÁ - PÁ

Minha terra tem ditadores
Que tais multiplicam mais
Em, cismar, sozinho à noite,
Passos largos;
melhor não ramelar

Não permita-me ser alvo de clamores
Dos quinze anos devo passar
Guia-me professores
Paz no caos encontro por cá;
Vou pegando minhas rabeiras
Marginal (máximo respeito)
Pode pá!

Raquel García.