quinta-feira, outubro 16

Mais um quinze

Contínuo processo 
de des-cons-tru-ção

Entre o giz

os livros
e a des-or-ga-ni-za-ção

Acredito nxs meninxs
em intensa movimentação

Mentes abertas

dentro do concreto escolar
asas pregadas em fileiras,
querem voar!

Mais um quinze,
que me levanto!


Conhecimento doce
experiência no incerto

Gratidão ao aprendizado
que me lança ao cotidiano
do ser Professor.

Raquel García

domingo, outubro 12

Meu corpo, corpo meu

O corpo,
esse universo
que me pertence

Templo de minhas memórias
marcado por traços
cicatrizes
e histórias

Aquilo que a memória apaga

o tempo traça
e deixa espalhado
por cada membro

É cheiro faceiro
sinaliza sensações
tensões
e tesão

Define,
minha expressão
minha coragem
...meu recuo

Meu corpo
corpo meu...

De auréola escura
olhos noite
pele pura melanina

É espelho
da subversividade
que contempla o eu

Território divino,
imperfeito, 
lindo!

Raquel García.


sábado, outubro 11

Racismo Estrutural

Contra o discurso
Maquiado na TV
O invisível posso ver

Racismo estrutural
Não é atual
É secular

Já matou
Ainda mata
Me maltrata
Faz mal

É tempo de reparações
De denúncias
Às imposições

A romantização
O abrandamento do debate
Não ingiro não

Tolerância
Não é sinônimo de democracia racial
Nem de tiro “acidental”

Os conflitos existem sim
É Camuflado,
Farisaico

Enquanto houver amarras
Vou marchar
Me emponderar

Reivindicar
Gritar,
Lutar


Raquel García.


Espuma

Espumo minhas vontades
Pulverizo a necessidade
De sentir-me inteira
Atiçando prazer
De verdade

Direciono-me através da mente
Não indago,
Me faço quente

Arrepio na pele
Extravaso,
Me moldo,
Desoriento

Reservo o querer para mim
Quando solta
Compartilho 

Território dermo-gráfico
Exploro sozinha
Ou acompanhada

Pele palco principal
Do arrepio, do silêncio
Sem nenhum pio

Dança dos dedos
Em cada área do corpo
São linhas
Contornos
Entre xêros
E sopros

Agora ferve
... Molha!
Espuma todo o ambiente
Feito bolhas
(Dengosa)

Querer desintegrar
Transcender
Dar
E gemer

O silêncio desfaz
Suspiro música faz

Sua boca em minha vulva
Faz-me rio
Do seu mergulho.

Raquel García

Ao gosto do gozo na despedida de agosto

Sua voz ao pé do ouvido instigava o amor guardado em mim à vir aflorar. Enquanto eu me amava, você sentia meu toque. Através da proximidade de nós dois inertes numa cama ao amanhecer da despedida de agosto sentíamos o gosto, enquanto eu me tocava você acariciou meu mamilo, assim, ofeguei disparadamente. Trocamos vibrações, quando percebeu meu molhar, você me invadiu! Perfumamos o ambiente.. fodemos gostoso; ao nosso gosto, até a carne ceder ao gozo.

Raquel García