sábado, outubro 11

Espuma

Espumo minhas vontades
Pulverizo a necessidade
De sentir-me inteira
Atiçando prazer
De verdade

Direciono-me através da mente
Não indago,
Me faço quente

Arrepio na pele
Extravaso,
Me moldo,
Desoriento

Reservo o querer para mim
Quando solta
Compartilho 

Território dermo-gráfico
Exploro sozinha
Ou acompanhada

Pele palco principal
Do arrepio, do silêncio
Sem nenhum pio

Dança dos dedos
Em cada área do corpo
São linhas
Contornos
Entre xêros
E sopros

Agora ferve
... Molha!
Espuma todo o ambiente
Feito bolhas
(Dengosa)

Querer desintegrar
Transcender
Dar
E gemer

O silêncio desfaz
Suspiro música faz

Sua boca em minha vulva
Faz-me rio
Do seu mergulho.

Raquel García