terça-feira, agosto 9

Homem urbano

E quando os absurdos tornam-se normais?!
Seu corpo sujo e maltrapido se arrasta pelo asfalto
Todos te olham de forma subestimada
Você vê e sente, tem astúcia!
Eu soberbo finjo que está tudo bem.
Vi seu retrato escaneado por toda a cidade
Desde a praça periférica às refinadas curvas do centro econômico
Uma repetição constante
Homem urbano, você se tornou comum...
Passos acelerados presos a um sistema
Tropeçam nos seus "bens"
Papelão e madeira
Calçada, seu chão
Viaduto, seu teto
Odor de enxofre nos faz te notar
E você clama!
Fezes defecam da boca alheia
Essa é sua reciprocidade
fome, sede, cassetete!
Em dias frios não há perdão...
Aguardente já não alucina mais
Com seu cão procuram um espaço
Entre o caos e o descaso. 
Da cidade cinza
Vacinada pela egotrip
Pois São Paulo acha feio o que não é vitrine!

Raquel Garcia.

quarta-feira, agosto 3

Magnitude viva

A magnitude da vida desenvolve seu ritmo
Ventos por várias direções fazem as flores dançarem
Borboletas colorem o céu
Abelhas desenham o infinito
A brisa bate em meu corpo
Sensível estou!
Cabelos contra o vendaval 
Jorrando sorrisos pelo espaço
Dentes-de-leão esvaindo 
Pés firmes sobre a argila
Se lançam num impulso do tronco
Em suas águas me esbaldo
De todo o vazio que em mim habitava
Se enche de amor
Na terra, na cachoeira, no ar...
Quisera eu... posso até voar!

Raquel Garcia.