terça-feira, agosto 9

Homem urbano

E quando os absurdos tornam-se normais?!
Seu corpo sujo e maltrapido se arrasta pelo asfalto
Todos te olham de forma subestimada
Você vê e sente, tem astúcia!
Eu soberbo finjo que está tudo bem.
Vi seu retrato escaneado por toda a cidade
Desde a praça periférica às refinadas curvas do centro econômico
Uma repetição constante
Homem urbano, você se tornou comum...
Passos acelerados presos a um sistema
Tropeçam nos seus "bens"
Papelão e madeira
Calçada, seu chão
Viaduto, seu teto
Odor de enxofre nos faz te notar
E você clama!
Fezes defecam da boca alheia
Essa é sua reciprocidade
fome, sede, cassetete!
Em dias frios não há perdão...
Aguardente já não alucina mais
Com seu cão procuram um espaço
Entre o caos e o descaso. 
Da cidade cinza
Vacinada pela egotrip
Pois São Paulo acha feio o que não é vitrine!

Raquel Garcia.