sábado, setembro 8

Faca de dois gumes


Se é para expormos
Vamos direto ao tudo
Tudo que interno vive
O intrínseco
O bolor
A utopia!
E se a fatalidade é o que se lança
O sonho é o que nos tira dessa dança
Rios e sois, como nós, há nascentes
O existir e repelir
Discordar e não ser omisso
Destrambelhar em linhas tortas
Não há d'us nem criaturas
Erramos e desfazemos
Sonhamos e acordamos
No entanto, redundamos...
Mas se é para dormir
Que não seja no breu
Se meus olhos pestanejam
A distorção do eu
Vamos lá
Caçar na condicionante
O prazer do sonhar
Discordando e amolando
Nossa faca de dois gumes


Raquel García