domingo, março 31

Doce e amarga, igual o café.

Os ramos que ferem as palmas de minhas mãos
marcam a simbiose dos sentidos que ilustram
meus olhos fixos e famintos 
naquele gosto de café agridoce

São várias xícaras sobre um pires sem fundo
por serventia de uma negra desbotada pelo mundo
brisa que bate em minha face sensível
frutifica a raiz que se perpetua na terra ácida

O cheiro forte e marcante do café
ficou no solo adubado pelo sangue
sangue que esvaiu de minhas costas chicoteadas
perfume do ancestral numa terra açoitada.


Raquel García.


terça-feira, março 5

O marco em março

Ser humano; MULHER!
Num saguão de cinzas
Não há perfume da rosa
Sobraram os vestígios
lembranças da luta
do manifesto e do luto
Que não se pode apagar
da história e memória

Alcancemos a consciência
leitura, prática e respeito
Pela fome por igualdade 
De março a março...
todos os dias possíveis
Enquanto nos sufocar
a ortodoxia da inconsciência
presente na humanidade.


Raquel García.