Os ramos que ferem as palmas de minhas mãos
marcam a simbiose dos sentidos que ilustram
meus olhos fixos e famintos
naquele gosto de café agridoce
São várias xícaras sobre um pires sem fundo
por serventia de uma negra desbotada pelo mundo
brisa que bate em minha face sensível
frutifica a raiz que se perpetua na terra ácida
O cheiro forte e marcante do café
ficou no solo adubado pelo sangue
sangue que esvaiu de minhas costas chicoteadas
perfume do ancestral numa terra açoitada.
Raquel García.