domingo, março 31

Doce e amarga, igual o café.

Os ramos que ferem as palmas de minhas mãos
marcam a simbiose dos sentidos que ilustram
meus olhos fixos e famintos 
naquele gosto de café agridoce

São várias xícaras sobre um pires sem fundo
por serventia de uma negra desbotada pelo mundo
brisa que bate em minha face sensível
frutifica a raiz que se perpetua na terra ácida

O cheiro forte e marcante do café
ficou no solo adubado pelo sangue
sangue que esvaiu de minhas costas chicoteadas
perfume do ancestral numa terra açoitada.


Raquel García.